O subprocurador Augusto Aras, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República (PGR), “expressou compromisso de manter e até fortalecer o trabalho das forças-tarefa”. A afirmação foi feita pelo procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato no Paraná.
Por meio da rede interna dos procuradores na internet, Deltan informou que “manteve contato” com Aras. Segundo ele, o provável sucessor de Raquel Dodge no comando da instituição demonstrou “abertura ao diálogo e disposição para uma atuação coordenada”.
O preferido de Bolsonaro está em campanha no Senado, preparando-se para uma sabatina. A escolha sofre resistência de procuradores que defendem a lista tríplice eleita pela classe como a via ideal para a cadeira número 1 da PGR. Aras não fez parte da lista.
Ainda na conversa, Deltan disse que se manifestou “diversas vezes em apoio à lista tríplice, uma ideia/prática que merece ser fortalecida e institucionalidade”. “Contudo, a indicação foi feita e tudo aponta que se consolidará”, pondera.
Determinado a impedir o fim da Lava Jato, Deltan pondera que “o momento é de aproximar para um trabalho coordenado”. “Sem um trabalho coordenado com o PGR, a Lava Jato não funciona.”
“Como disse ao dr. Aras no contato, entendo que foi importante sua iniciativa de convidar para continuarem na Lava Jato os colegas Hebert, Victor, Clara, Alessandro e Luana, assim como o convite para que Thamea a integre. São excelentes profissionais e ficarei contente se integrarem a equipe na PGR.”
Deltan lembra que “os desafios do MPF e do combate à corrupção são imensos”. Ele conclamou os colegas a “construírem o futuro mediante o diálogo e a cooperação”.
*Com Estadão Conteúdo