Apesar dos modelos de previsão sinalizarem, durante toda a semana, o retorno das chuvas para esse próximo começo de semana sobre as principais regiões produtoras de milho safrinha do Brasil, a rodada dessa sexta-feira já começa a sinalizar que as chuvas só deverão ocorrer sobre as áreas produtoras do Mato Grosso e de Goiás e mesmo assim, de forma irregularSendo que a frente fria que está passando sobre a região Sul, só deverá ocasionar chuvas sobre os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sobre a faixa leste do Paraná. Nas demais regiões produtoras o tempo seguirá aberto e sem previsões de chuvas. Essa mesma condição meteorológica, isto é, os modelos sinalizarem chuvas durante toda a semana e quando chega a 24 a 72h do evento ela “tirar” totalmente as chuvas, aconteceu exatamente isso com as previsões da Argentina nesse ano. E esse foi, sem dúvida, o grande erro da Rural Clima esse ano. Acreditar cegamente nos modelos e não olhar/observar com maior cuidado, para alguns pequenos detalhes que os mapas de previsão não mostram. E isso está se repetindo com os mapas de previsão de chuvas para o Paraná e demais localidades da região central do Brasil. Desse modo, o que eu tenho hoje para descrever para vocês é que, analisando com muito cuidado todos os detalhes da previsão, será muito difícil de ocorrer chuvas durante esses próximos 5 dias sobre as principais regiões produtoras de milho safrinha do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais. Somente após o dia 10/05 é que um sistema de alto pressão conseguirá, de fato, romper o bloqueio atmosférico e com isso, permitir que novas frentes frias consigam avançar sobre a região Sudeste e assim, organizar áreas de instabilidade, levando chuvas a diversas localidades da região central do Brasil. Até lá o tempo seguirá aberto e com possibilidades apenas para eventuais pancada de chuvas irregulares, apenas sobre regiões produtoras de Rondônia, Mato Grosso e de Goiás. Assim, podemos prever que as condições ao desenvolvimento do milho safrinha continuarão bastante criticas ao seu desenvolvimento tanto no Paraná quanto no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais, lembrando que o PR e o MS são o 2º e 3º maiores produtores nacionais do cereal de 2ª safra. Ou seja, como mais de 50% das lavouras já se encontram em fase de florescimento e enchimento de grãos, a quebra no potencial produtivo será bastante significativas, podendo ultrapassar a casa dos 20%, facilmente. Desse modo, já é fato que a produção nacional de milho safrinha no Brasil deverá ficar, no máximo/melhor das hipóteses, em torno dos 58 MMT. Uma quebra de mais de 12 MMT em relação a safra passada. O mesmo estará ocorrendo com o feijão, porém, as perdas não deverão ser da grandeza do milho, uma vez que há muito feijão irrigado e em fase mais adiantada de desenvolvimento. Mas mesmo assim, a produção esse ano não deverá atingir, nem de longe, os patamares observados em 2017. Pois, caso se confirmem, e acho que isso deverá mesmo ocorrer, o retorno das chuvas apenas após o dia 10/05, já será muito tarde para a maioria das lavouras de milho safrinha recuperarem parte do seu potencial produtivo. O bom nisso tudo, se é que se pode falar assim, é que os modelos não sinalizam nenhuma perspectiva de frio intenso para esses próximos 15 dias. Apenas deverá ocorrer pequenas quedas de temperaturas no final da próxima semana, mas nada que venha trazer prejuízos às lavouras. Já para a cana de açúcar, apesar desse tempo seco estar favorecendo o avanço da colheita e sobretudo, a maturação das lavouras, muitos produtores já começam a ficar preocupado com o rendimento das lavouras que deverão ser colhidas ao longo do 2ª semestre, uma vez que essa estiagem está comprometendo o desenvolvimento dessas lavouras. Pro café a situação é mais confortável, pois devido ao estágio avançado de maturação dos grãos, essa estiagem não ocasiona nenhuma grande perda, apenas está acelerando a maturação dos grãos, onde em algumas lavouras a colheita deverá ser antecipada. Apenas isso. Outro fato relevante que tem que ser abortado nesse alerta são as chuvas frequentes que vem ocorrendo sobre algumas das principais áreas produtoras da faixa leste do Pará, que vem atrapalhando consideravelmente a realização da colheita, bem como a logística. O bom é que as chuvas começarão a dar uma trégua já a partir desse final de semana. Permitindo a retomada de todas as atividades de campo, sem grandes transtornos. |