Algodão: produção americana está em alerta

Lockdown persiste em Xangai, margens das indústrias seguem no vermelho e produção americana de algodão está sob alerta com a seca

Mercado Financeiro

  • Algodão em NY: O contrato Mai/22 fechou ontem a 133,2 U$c/lp (-1,84%). Referência para a safra 2021/22, o contrato Dez/22 era cotado a 114,7 U$c/lp (+3,06%).
  • Preços: Dia 07/04, o algodão brasileiro estava cotado a 154,0 U$c/lp (- 450 pts) para embarque em Abr-Mai/22 (Middling 1-1/8″ (31-3-36) posto Ásia, fonte Cotlook). Para o embarque Out-Nov/22 : 131,75 U$c/lp (+ 225 pts).
  • Altistas 1: A seca do Texas continua grave. Não há previsão de chuva para este fim de semana, porém alguns modelos mostram potencial de chuva nos próximos 6-10 dias. A safra americana poderá ser muito menor que a estimada se o clima continuar seco no Texas.
  • Altistas 2: O número de contratos desta safra a fixar na bolsa de NY pelas fiações continua alto (mais de 8 milhões de fardos para Maio e Julho). Esses contratos terão que ser obrigatoriamente fixados neste período, gerando grande pressão altista.
  • Baixistas 1: Com preços nos patamares atuais, as margens de muitas fiações mundo afora estão negativas. Em muitos países, as indústrias têm resistido a pagar mais por fios de algodão. A demanda por algodão tende a ser afetada, preveem analistas.
  • Baixistas 2: O lockdown por conta de Covid-19 em Xangai foi estendido e já está na segunda semana. Este é o maior surto de Covid desde o surgimento da doença em Wuhan. Apesar de em sua maioria apoiar as medidas, a população de 25 milhões de pessoas sofre com o isolamento e medidas extremas de combate.
  • Baixistas 3: Xangai é o maior centro financeiro e comercial da China e os reflexos econômicos da política de Covid-zero já são sentidos no país. Um dos grandes desafios é a baixa taxa de vacinação de idosos, em torno de 60%.
  • Oferta e Demanda: O ICAC aumentou a produção mundial estimada (26,43 milhões de tons, +320 mil) e também o consumo (26,16 milhões de tons, +480 mil) em relatório de Oferta e Demanda divulgado nesta semana. O órgão projeta estoques finais em 21/22 de 20,9 milhões tons.
  • Logística: No mesmo relatório, o ICAC traz uma análise positiva sobre a situação da logística global. Segundo o órgão, baseado em dados recentes, a situação tem melhorado. O ponto de atenção é o impacto de lockdowns em portos Chineses no transporte global.
  • Índia: Na Índia, a safra menor tem causado significativa procura por algodão importado. Negócios com algodão da África e Austrália foram relatados esta semana. Dificuldades logísticas atuais somadas às limitações do país prejudicam o comércio.
  • Plantio: Plantio continua no estágio inicial no hemisfério norte. Nos EUA, a semeadura atingiu somente 6% da área no início do mês. Na China, clima favorável faz com que algumas regiões de Xinjiang encerrem o plantio já nos próximos dias.
  • Cotton Brazil: A Abrapa participou do CNCE Gala, maior evento do mercado de algodão da China. A mensagem foi clara: o Brasil está preparado para aumentar ainda mais sua participação no mercado Chinês.

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Exportações

  • Exportações 1: De acordo com dados do Ministério da Economia, o Brasil exportou 185,8 mil tons de algodão em mar/22. O volume embarcado foi 16,3% inferior a mar/21.
  • Exportações 2: Vietnã e Paquistão foram os principais destinos das exportações em março: representaram juntos 40% dos embarques. China reduziu as importações do Brasil em 33 mil toneladas em relação a março de 2021.
  • Safra 2021/22: Dia 07/04, a Conab atualizou a estimativa de produção de algodão em pluma para 2,83 milhões tons, alta de 19,9% frente a 2020/21, em linha com estimativa da Abrapa (2,82 milhões tons).

Por Abrapa

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