Biodiesel de soja reduz de 65% a 72% nas emissões de gases

Resultado foi apontado em estudo liderado por pesquisadores da USP, que mediu as emissões de GEE do ciclo de vida do biodiesel de soja brasileiro em substituição ao diesel mineral

O uso de biodiesel de soja em substituição ao diesel mineral é uma contribuição importante para evitar o aquecimento global.

De acordo com os autores, os resultados obtidos contribuem para a identificação das principais fontes de gases de efeito estufa (GEE) no sistema de produção de biodiesel de soja brasileiro e podem ser utilizados para orientar políticas públicas, além de auxiliar nas tomadas de decisão em relação às estratégias de mitigação do aquecimento global. 

A pesquisa avaliou as emissões de GEE da produção de biodiesel de soja no Brasil, desde a produção agrícola da matéria-prima até o transporte do biocombustível para rotas nacionais e para a Europa. Foram utilizados dados de mais de 200 propriedades de soja associadas à Aprosoja-MT, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso, e de indústrias afiliadas à Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais – Abiove e à União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene – Ubrabio.

A pesquisa

Na pesquisa, houve destaque para as emissões de GEE na produção da soja (insumos e defensivos agrícolas, queima de combustíveis fósseis, restos culturais sobre o solo e uso de energia elétrica), no processamento do grão e na produção do biodiesel (insumos industriais, queima de combustíveis fósseis e uso de energia elétrica) e no transporte envolvido em cada etapa (queima de combustíveis fósseis).

A avaliação indicou que as emissões da etapa agrícola são as mais representativas (42-51%) de todo o ciclo, quando o processamento da soja e a produção do biodiesel ocorrem na mesma unidade industrial, em sistema integrado. Quando a produção industrial ocorre em unidades separadas de produção de óleo e de biodiesel, a maior emissão de GEE está na etapa de produção do biodiesel (46-52%).

As emissões de GEE do ciclo de vida do biodiesel distribuído em rotas domésticas variaram de 23,1 a 28,8 gCO2eq. MJ-1 B100. Já para o biocombustível exportado para a União Europeia, as emissões variaram 26,5 a 29,2 gCO2eq. MJ-1 B100. Os resultados representam reduções de 65% a 72% nas emissões de GEE em relação às emissões do diesel europeu, dependendo da rota de entrega do biodiesel.

Para o pesquisador Carlos Eduardo Cerri, principal autor da publicação, “em cumprimento não apenas ao Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), que estabelece o uso do B8 (março de 2017), do B9 (março de 2018) e do B10 (março de 2019), mas também em relação à INDC (Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada) do Brasil, apresentada em 2015 durante a Convenção do Clima da ONU/ COP 21, em Paris, o estudo sugere um alto potencial do biodiesel de soja para a melhoria da sustentabilidade ambiental do sistema de economia de base biológica no Brasil, bem como em outros países importadores do biodiesel de soja nacional”.

Fonte: Cenário Agro

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