Boto-cor-de-rosa? Veja 4 fatos sobre a espécie típica da Amazônia

Um dos animais-símbolo da região amazônica, o boto cor-de-rosa está ameaçado de extinção e sofre com a caça ilegal e a seca intensa que vem atingindo os rios locais

Os botos-cor-de-rosa mortos em decorrência da seca que atinge os rios amazônicos e parte da região da Amazônia nos últimos anos chamam a atenção para a vulnerabilidade deste animal, que consta como em alto risco de extinção. O animal, cujo nome científico específico é Inia geoffrensis, está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

Por parecer-se com um golfinho, mas viver em água doce, pode haver confusão em torno de que tipo de animal é o boto-cor-de-rosa? A seguir, leia três dados sobre ele que ressaltam sua singularidade e explicam essa pergunta!

  1. O boto-cor-de-rosa existe em diversos países onde está a Amazônia – não só no Brasil
    O Inia geoffrensis é um mamífero típico de água doce. Segundo a IUCN, ele é endêmico dos rios da Amazônia, circulando por países variados da América do Sul que constituem esse bioma. Entre eles estão Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela, diz a fonte.

Ainda assim, não se sabe exatamente o tamanho da área que um boto percorre durante sua vida, mas estudos identificam que eles podem permanecer por anos em áreas de menos de 100km² bem como se deslocar mais de 50 km em um único dia, informa a AMPA – Associação dos Amigos do Peixe-boi (entidade civil sem fins lucrativos criada nos anos 2000 para promover a pesquisa e proteção dos mamíferos aquáticos da Amazônia).

  1. O boto-cor-de-rosa possui um sistema mental de geolocalização na floresta alagada
    Como o boto-cor-de-rosa tende a ficar em seu habitat inicial, por isso as mudanças em seu meio ambiente podem ser tão prejudiciais a ele. “Por serem extremamente adaptados ao ambiente amazônico, os botos têm o sistema de ecolocalização bem desenvolvido e seu “melão” na cabeça é avantajado”, diz a AMPA.

“Essa característica é importante para se mover na floresta alagada e procurar presas nas águas escuras dos rios amazônicos”, completa a fonte. Os animais também têm preferências de habitat de acordo com o sexo, afirma a AMAPA: “as fêmeas e seus filhotes ficam nos complexos de lagos e pequenos tributários, enquanto os machos preferem os rios principais”.

  1. São muitos os nomes pelos quais o boto-cor-de-rosa é conhecido
    Já segundo um documento oficial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), organização que integra o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil, o boto-cor-de-rosa também é popularmente conhecido por outros nomes.

Entre eles estão boto-vermelho e boto-da-amazônia, mas ambos se referem aos animais endêmicos desta região. Novos estudos, no entanto, indicam existir duas espécies da família Iniidae na região: a Inia boliviensis para a população acima das cachoeiras do rio Madeira, e Inia geoffrensis para o restante da Amazônia.

Uma terceira espécie de boto foi recentemente identificada, detalha a AMPA: trata-se do Inia araguaiaensis, “o único golfinho exclusivo do Brasil e endêmico da sub-bacia Araguaia-Tocantins”.

  1. O boto-cor-de-rosa é o maior golfinho de água doce conhecido
    Dono de um corpo robusto e hidrodinâmico, o boto-cor-de-rosa é um mamífero com aparência similar a dos golfinhos. De acordo com a AMPA, ele pode chegar até 2,5 metros de comprimento e 200 quilos de peso. Eles podem viver por décadas, podendo chegar aos 45 anos

É o maior dos golfinhos de água doce do mundo, afirma a fonte. “Os machos são bem maiores e mais rosados do que as fêmeas e sua coloração varia de cinza claro, nos filhotes e jovens, a rosa brilhante nos adultos”, diz a fonte.

A lenda do boto-cor-de-rosa: de que tratam essas histórias?

O boto cor-de-rosa é importante não só para o equilíbrio da fauna amazônica, mas também faz parte do folclore brasileiro, com lendas sobre sua presença nas comunidades ribeirinhas locais.

A mais conhecida conta que, durante à noite, o boto se transformaria em rapaz charmoso e envolvente, deixando as águas dos rios para conquistar as mulheres na Amazônia. Um artigo de National Geographic Brasil intitulado “Boto-cor-de-rosa: a lenda do animal que se transforma em humano e outras curiosidades” se aprofunda nessas histórias.

Segundo detalha um documento sobre a lenda do boto publicado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura do Brasil, “os botos vão aos bailes e dançam alegremente com as mulheres, que logo se envolvem em meio a seus galanteios. Apaixonam-se e engravidam deste rapaz”.

O mito popular termina dizendo que o “tal jovem galanteador” desaparece ao amanhecer, pois voltaria para as águas e para a sua forma de boto.

AGRONEWS® é informação para quem produz

Fonte: National Geographic

Por Redação National Geographic Brasil
Publicado 2 de set. de 2024, 17:01 BRT

créditos: Blog da ambiental turismo
amazoniabotoboto-cor-de-rosa