Caminhão autônomo para cana é lançado no Brasil

Veículo fabricado pela Volvo reduz compactação do solo e já está disponível no mercado

A fabricante de veículos Volvo apresentou o primeiro caminhão autônomo para uso em canaviais.

O veículo está em operação há cinco meses na usina Santa Terezinha, do Grupo Usaçúcar, e pode ser a solução para os problemas de compactação do solo, que geram perdas de até 10 toneladas por hectare, em média.

A vantagem, é a precisão no momento da colheita. Com o caminhão, os níveis de compactação podem ser reduzidos em até 100%.

O VM Autônomo, como é chamado, trabalha alinhado à colheitadeira de cana e tem uma precisão de 2,5 centímetros na passagem sobre as linhas do canavial, o que evita o pisoteio sobre os brotos de cana-de-açúcar.

O modelo não autônomo utilizado hoje no Grupo Usaçúcar, o VM Canavieiro, tem uma precisão de 30 centímetros. A precisão do veículo autônomo é determinante para evitar perdas de produção. A cada safra, cerca de 20% do investimento é desperdiçado em função dos problemas de compactação.

O caminhão autônomo da Volvo necessita de um operador, que precisa fazer as manobras para descarga do caminhão que vai transportar a cana até a usina. Mas enquanto está alinhado à colheitadeira na retirada da cana, a autonomia do veículo é total.

A máquina foi desenvolvida a pedido do próprio Grupo Usaçúcar. Fabricado na sede da empresa no Brasil, em Curitiba, o caminhão utiliza tecnologia já aplicada em caminhões usados no transporte subterrâneo de mineradoras na Suécia, país de origem da fabricante. No Brasil, o veículo foi desenvolvido para operar apenas em canaviais.

A tecnologia já está disponível para demais usineiros, mas a fabricação, a exemplo dos produtores paranaenses que estão usando o veículo, será condicionada às demandas e às necessidades de cada usina.

Para o presidente da Volvo, o caminhão autônomo pode ser uma revolução na indústria sucroenergética já que é a mais avançada tecnologia de transporte comercial já lançada para a indústria.

O executivo acrescenta ainda que a tecnologia foi desenvolvida tendo em vista uma cultura tropical, ao contrário de culturas originárias de climas mais amenos, como a soja, cujas tecnologias são adaptadas e aplicadas às plantações brasileiras.

Fonte: Revista Globo Rural

Edição: Agronews

 

 

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