Hoje (16/03), caminhão de reportagem parte da capital do Estado rumo à Santarém (PA); série somará mais de 7.000 km pelas rotas do agronegócio brasileiro. O objetivo do Caminhos da Safra em 2018 é traçar um quadro comparativo da infraestrutura atual com a de 2012, quando o projeto pegou a estrada pela primeira vez.
Entre cerca de 500 pessoas — transportadores, empresários, agricultores e representantes da logística, a revista Globo Rural deu a largada oficial à 6ª edição do Caminhos da Safra, série que faz um diagnóstico da infraestrutura para o escoamento da produção agropecuária brasileira. O lançamento deste ano ocorreu durante a inauguração da maior concessionária Scania de Mato Grosso, em Cuiabá, na noite desta quinta-feira (15/3).
Já na manhã desta sexta-feira (16/3) o caminhão de reportagem segue para o primeiro roteiro. Da capital mato-grossense, a equipe vai até Santarém, no Pará, pela BR-163, principal eixo de transporte rodoviário da safra no Centro-Oeste do país. O objetivo do Caminhos da Safra em 2018 é traçar um quadro comparativo da infraestrutura atual com a de 2012, quando o projeto pegou a estrada pela primeira vez.
Para Adelino Bissoni, que tem uma frota de 180 caminhões dedicados exclusivamente ao transporte de produtos agrícolas em Mato Grosso, muita coisa mudou de seis anos para cá.
O problema, diz ele, que também tem fazendas de grãos e carnes, é a morosidade nas obras de melhorias da infraestrutura do Estado, maior produtor nacional de grãos e carne bovina. “Mato Grosso produziu 62 milhões de toneladas ano passado, mas já poderia estar produzindo 100 milhões de toneladas por ano. Só não produz por conta de infraestrutura — basicamente estrada. O resto — plantação, armazenamento, etc —, isso tudo dá. O maior problema são as rodovias. Ferrovia é um complemento. Ainda bem que chegou uma em Rondonópolis em 2013. São mais de 500 caminhões por dia descarregando lá. Se não tivesse, iria para Santos (SP), que já estava esgotado”, avalia Bissoni. O empresário chegou ao Estado em 1984, vindo de Santa Catarina.
Mercado aquecido
Apesar dos gargalos logísticos para o transporte da safra, o mercado de caminhões em Mato Grosso promete ter o melhor ano dos últimos três, aposta o diretor de operações da Rota Oeste, Orozimbo de Oliveira. O grupo, que tem três concessionárias de caminhões no Estado, acabou de investir R$ 35 milhões na mais nova unidade, em Cuiabá. “O nosso objetivo é chegar a 35% a mais do realizado em 2017, em faturamento líquido. Isso compreende toda a operação (serviços, peças e veículos). Os dois primeiros meses já mostraram que o número, embora audacioso, é possível”, diz.
Quem também está animado com o mercado brasileiro de caminhões é o diretor-geral da Scania Brasil, Roberto Barral. A projeção de crescimento das vendas para 2018, que eram 10% a 15% no fim ano ano passado, agora está em 35%. E o principal motor que puxa esse desempenho é o agronegócio, conta o executivo. “Nos últimos anos, com a crise econômica, o Brasil acabou saindo da liderança para o 4º mercado mais importante para a Scania no mundo. Neste ano, com os resultados que alcançamos nos primeiros meses do ano, tudo indica que o país voltará à 1ª colocação com facilidade”, diz.
Fonte: Globo Rural