O avanço da colheita da soja têm influenciado os preços praticados no mercado de serviço de transporte de grãos nas principais rotas pesquisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento. A análise consta na edição de fevereiro do Boletim Logístico, divulgado nesta sexta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A perspectiva de uma produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões para o transporte dos grãos, o que influencia em uma alta nos serviços de frete.
“ O aumento dos fretes neste início de ano é um movimento esperado, uma vez que é o período do início da colheita da soja. Em 2025, o desafio se apresenta uma vez que há a perspectiva de uma produção recorde. Aliado a isso, foi registrada alta nos preços dos combustíveis, parte importante dos custos de transporte, o que traz uma perspectiva de que os fretes sigam subindo para os primeiros meses do ano”.
Thomé Guth – Superintendente de Logística Operacional da CONAB
Este cenário já é verificado em Mato Grosso. Principal produtor de soja no país, as cotações no serviço de transportes registraram alta expressiva em janeiro deste ano, tendência que persiste também no início de fevereiro. Nos estados de Minas Gerais, da Bahia, de Mato Grosso do Sul, do Maranhão e do Distrito Federal, o fluxo logístico com o transporte de grãos apresentou alta na demanda, pressionando as cotações praticadas nas principais rotas pesquisadas pela Conab.
Em Goiás, outro importante estado produtor da oleaginosa, a situação é semelhante. A demanda na região de Rio Verde por fretes começou a subir, principalmente, após a segunda quinzena de janeiro, justificada pelo início da colheita da cultura de soja na região. Já a procura pelo serviço de transporte de grãos nas áreas produtoras goianas em que os trabalhos de colheita não foram intensificados foi mais baixa. Panorama semelhante foi verificado no Paraná. Na região de Ponta Grossa, a variação nas cotações de frete foi negativa, uma vez que a safra é mais tardia em relação ao oeste do Paraná.
Em São Paulo os preços de serviços de transporte de grãos se mantiveram estáveis nas maioria dos percursos analisados pela Companhia. Apenas as rotas de Palmital e Franca mostraram queda nos valores praticados. Já no Piauí, o mercado de frete continuou retraído.
Na média, considerando todas as rotas, os preços praticados em janeiro reduziram cerca de 4% em comparação com os valores cobrados em dezembro. Este cenário de pouco movimento no mercado de fretes é consequência principalmente da fraca demanda por caminhões, devido a redução do volume de embarques de grãos tanto no mercado interno quanto para exportação, uma vez que as colheitas da safra atual ainda não iniciaram e os estoques da safra 2023/24 praticamente finalizaram.
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Exportações
Os embarques de milho em janeiro deste ano foram de 3,6 milhões de toneladas, contra 4,8 milhões, em igual período de 2024. Neste primeiro mês, o porto de Santos voltou a ser o principal eixo de escoamento do cereal, representando 45% da movimentação contra 37% no mesmo período do exercício passado.
Na sequência, os portos do Arco Norte escoaram 31,3% do grão embarcado, o porto de São Francisco do Sul 15,6%, enquanto que pelo porto de Paranaguá foram registrados 6% dos volumes embarcados. Já as exportações de soja atingiram em janeiro 1,07 milhão de toneladas.
O periódico mensal da Conab coleta dados sobre o mercado de fretes em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra.
O Boletim traz também informações sobre a movimentação de estoques da Conab, realizada por transportadoras contratadas via leilão eletrônico.
Clique aqui para conferir a edição completa do Boletim Logístico – Fevereiro/2025, disponível no site da Companhia.
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