Covid volta a mexer com mercados, mas o agro pode ficar fora se o cenário se agravar

A exceção do agro, infelizmente, é o algodão, que sente mais diretamente a paralisação de vida social e de viagens em alguns centros. As demais commodities e carnes se acomodam, além do que não se espera que novas restrições sejam tão rígidas e abrangentes como antes

Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS®

Não tem como não ser dominante, no momento, o tema da nova variante da covid descoberta na África do Sul, a ômicron, e seu efeitos sobre os mercados.

Os financeiros são os primeiros a reagirem, puxados pelo petróleo, e os mercados agropecuários nem sempre vão no embalo de cara, a menos que haja uma aversão a risco muito acentuada.

Na semana passada, o efeito manada, no fundo, só atacou mais diretamente o açúcar, porque, especulativamente, com petróleo mais barato, como ficou na sexta (US$ 72 o barri, em queda de mais de 11%), indica mais etanol no Brasil e, portanto, menos o adoçante sendo produzido.

E o algodão também sente, porque, afinal, com mais restrições, o consumo de roupas fica desprezado.

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As demais commodities, como soja, milho e café, ficaram dentro de seus fundamentos, como, aliás, estão nesta segunda.

Por falar em segunda, o mundo acordou com a notícia de que uma média sul-africana viu que pacientes com a nova cepa apresentam sintomas leves.

Inclusive, o petróleo está reagindo bem e os mercados financeiros estão menos vendidos.

Os laboratórios pedem calma, no entanto. Enquanto isso, mais países fecham fronteiras.

É bom sempre lembramos que antes dessa má notícia da nova variante, considerada mais mutante, o mundo já estava em alerta com a potencialidade de uma 4ª onda. Europa, EUA e China já estavam decidindo restrições.

Mas a gente também pode buscar exemplos mais positivos em quase um ano de 10 meses de pandemia.

Houve, sim, queda da circulação de commodities e carnes no mundo, mas foi menor do que o esperado. Os restaurantes, cafés e hotéis fechados de certa maneira foram compensados pelo maior consumo nos lares.

Como ocorreu, inclusive, no Brasil, em certas cadeias produtivas.

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Agora, se a coisa avançar, além de a população mundial estar mais experiente em lidar com restrições, há que se concordar que o mundo não deverá fechar tudo novamente.

Além disso, a China – sempre a China -, nosso maior comprador, tem política de mão de ferro contra a doença.

O país onde nasceu o novo coronavírus foi o primeiro a se fechar e o primeiro a se abrir, em 2020, e não seria diferente desta vez.

E voltou a importar forte do Brasil de julho em diante.

Está meio devagar agora, principalmente sem comprar carne bovina – depois dos casos da vaca louca – porque tenta controlar, com estoques, suas importações, mas deve retomar mais dia menos dia.

AGRONEWS® – Informação para quem produz

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