Capital do agronegócio brasileiro entra em crise financeira
Em apenas três dias após assumir o comando da capital mato-grossense, o prefeito Abilio Brunini (PL) decretou Calamidade Financeira em Cuiabá. A medida, anunciada na última sexta-feira (3) e publicada no Diário Municipal, visa conter a crise fiscal herdada da gestão anterior e terá duração de 180 dias, com possibilidade de prorrogação.
A decisão drástica reflete a situação preocupante dos cofres públicos, que ameaça o pagamento de salários e a manutenção de serviços essenciais à população. Em suas redes sociais, Abilio revelou um cenário alarmante: o dinheio em caixa não é suficiente para cobrir uma folha de pagamento que chega a R$ 78 milhões.
“Teremos que fazer cortes radicais em despesas supérfluas“, afirmou o prefeito, enfatizando a impossibilidade de manter a saúde e outros serviços básicos caso ambas as folhas de pagamento (referentes a novembro e dezembro) sejam quitadas no mesmo mês. A crítica à gestão anterior foi direta: “O ex-prefeito efetuou pagamentos no dia 2 que não deveriam ter sido feitos“.
O decreto de calamidade estabelece uma série de medidas emergenciais, incluindo:
- Redução de 40% nas despesas municipais.
- Reavaliação de todas as licitações e contratos em andamento.
- Auditoria emergencial nas contas públicas, com prazo de 90 dias para um diagnóstico detalhado.
- Criação de um comitê de crise para monitorar e propor ações de reequilíbrio financeiro.
Entre os fatores que levaram à decretação da calamidade financeira, o documento destaca:
- Crescimento desenfreado das despesas (135%) em contraste com o aumento das receitas (115%) entre 2016 e 2024.
- Dívida fundada superior a R$ 1,6 bilhão herdada da gestão anterior (2017-2024).
- Déficit financeiro de R$ 518,7 milhões.
- Despesas não empenhadas de R$ 369,6 milhões.
- Folha de pagamento de dezembro de 2024, no valor de R$ 102 milhões, ainda pendente.
Os próximos 180 dias serão cruciais para a capital mato-grossense. A gestão de Abilio Brunini terá o desafio de reestruturar as finanças municipais, buscando alternativas para garantir o funcionamento da máquina pública e o bem-estar da população. As medidas de austeridade, inevitáveis nesse momento, certamente impactarão diversos setores, exigindo transparência e diálogo com a sociedade.
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