Especialista alerta para a importância da organização financeira
A inadimplência na população rural alcançou 7,7% no terceiro trimestre de 2024, segundo levantamento da Serasa Experian. O número superou os 6,2% do mesmo período de 2023 e os 7,4% do trimestre anterior. Pequenos proprietários registraram o menor índice (6,9%), enquanto os grandes apresentaram o maior (10,2%). A região Norte liderou em inadimplência (11,1%) e o Sul teve o menor percentual (5%). Entre faixas etárias, os mais jovens (18 a 29 anos) apresentaram a maior taxa de inadimplência (12,1%), enquanto trabalhadores rurais com 80 anos ou mais registraram apenas 3,3%.
Em tempos de margens mais apertadas e incertezas econômicas, o gerenciamento eficiente dos recursos é fundamental, principalmente na entressafra. Em alguns casos, é indispensável ainda a revisão de dívidas para a sobrevivência e crescimento no agronegócio.
“Para 2025, agricultores que souberem organizar suas finanças e renegociar suas obrigações estarão mais bem preparados para enfrentar os desafios do setor”.
Victor Cardoso – Head Comercial da Agree Fintech
O especialista também divide algumas dicas essenciais para enfrentar o período:
Mapear todas as despesas fixas e variáveis: “é preciso entender onde os recursos estão sendo aplicados e identificar oportunidades de redução de custos”, explica;
- Fundo de reserva: criar um fundo para proteger o orçamento é uma estratégia que pode ajudar a lidar com imprevistos e sazonalidades, evitando que o agricultor fique refém de juros altos e permitindo uma busca mais calma por recursos, segundo Cardoso;
- Negociar prazos com fornecedores: estender os prazos de pagamento pode aliviar a pressão financeira no curto prazo;
- Planejar compras antecipadas: “aproveitar momentos de preços mais baixos para economizar é fundamental para equilibrar o orçamento”, indica;
- Monitoramento constante: “para garantir uma visão clara e atualizada das entradas e saídas, monitorar o orçamento permite ajustar a estratégia em tempo real”, afirma.
- Dados claros possibilitam a identificação de gargalos financeiros: o que permite prever períodos de baixa liquidez e agir antes que se tornem críticos, seja contratando novas operações ou vendendo parte da produção. “Essa previsibilidade é essencial para ajustar os planos de pagamento e evitar surpresas. Analisando o saldo disponível, também é viável identificar quando e como investir em tecnologias, maquinários ou expansão. Um planejamento bem estruturado é uma ferramenta poderosa ao buscar financiamentos ou renegociar dívidas, demonstrando controle e estratégia”, ensina Cardoso.
Renegociação de dívidas
Para garantir condições mais favoráveis sem comprometer o crédito futuro, os produtores devem considerar fatores como a capacidade real de pagamento, histórico financeiro, cenário econômico e perspectivas futuras, além do impacto no custo total da dívida. Segundo o head comercial da Agree, é preciso propor condições que sejam sustentáveis dentro do orçamento previsto.
”Avaliar se são compatíveis com o contexto atual e as projeções para o setor. Por exemplo, se há uma previsão de aumento nas taxas de juros, o ideal é contratar uma operação prefixada. Caso tenha uma previsão de queda, uma operação pós-fixada pode ser mais viável, para que, com o tempo, a operação se beneficie dessa redução; e certificar-se de que a renegociação não resultará em custos excessivos ao longo do tempo”.
Victor Cardoso – Head Comercial da Agree Fintech
Em 2025, a margem deve se manter apertada, devido às altas taxas de juros. Nesse cenário, o planejamento se torna indispensável.
“Uma gestão eficiente de recursos e a renegociação de dívidas não são apenas ferramentas de sobrevivência, mas também de crescimento. Com organização financeira e uso estratégico de tecnologias, o agricultor estará mais preparado para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado competitivo. Em 2025, quem planejar com antecedência sem dúvida terá mais chance de se destacar”.
Victor Cardoso – Head Comercial da Agree Fintech
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