A Itaipu Binacional, tradicionalmente conhecida por sua produção de energia hidrelétrica, tem expandido seu papel para se tornar um motor de inovação e sustentabilidade, especialmente no setor produtivo.
Durante a Show Rural Coopvel, aproveitamos a oportunidade para entrevistar o diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, que destacou a transição energética como uma prioridade para a empresa, incluindo políticas socioambientais e desenvolvimento de tecnologioas para o setor agro. “Sob a liderança do presidente Lula, a empresa passou por uma transformação em 2005, adotando uma forte política socioambiental, que se tornou tão importante quanto a produção de energia barata e de qualidade.“, comenta Verri.
A Usina de Itaipu desempenha um papel fundamental na sustentabilidade ao desenvolver iniciativas que mitigam os efeitos das mudanças climáticas e promovem a transição energética.
Através do programa Itaipu Mais que Energia, a usina investe em gestão ambiental, desenvolvimento social e tecnológico, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida. Além disso, Itaipu está alinhada à Agenda 2030 da ONU, adotando boas práticas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), reforçando o compromisso com a energia limpa, a conservação ambiental e a proteção de ecossistemas estratégicos.
Estratégias de transição energética
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Como explica o diretor-geral, entre as estratégias da Itaipu para uma transição equilibrada, estão incluídos projetos multifacetados, como:
• Produção de Combustível Sustentável para Aviação (SAF): A Itaipu possui a primeira unidade industrial no Brasil que utiliza o biogás para produzir SAF (Sustainable Aviation Fuel), um combustível sintético alternativo para a aviação.
• Investimento em Hidrogênio Verde: A empresa tem uma experiência de mais de 15 anos com projetos de hidrogênio verde, demonstrando um compromisso de longa data com fontes de energia limpa.
• Geração de Energia Solar: A Itaipu planeja instalar placas solares na lâmina d’água do reservatório da usina para gerar energia solar, aproveitando a vasta área disponível e diversificando suas fontes de energia renovável.
• Inovação Tecnológica: A Itaipu tem investido fortemente em seu parque tecnológico (Itaipu Parquetec), que abriga cursos de doutorado e mestrado, além de parcerias com universidades de todo o mundo. O parque tecnológico também incentiva startups, desenvolvendo soluções para o agronegócio, como softwares de gestão e tecnologias para uso eficiente da água.
O papel do Parque Tecnológico
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O Itaipu Parquetec, que antes focava no desenvolvimento de peças e tecnologias para a usina, agora atua em diversas áreas, incluindo o agronegócio e a segurança portuária. “O parque tecnológico se tornou um centro de inovação, atraindo startups e desenvolvendo soluções para problemas como gestão de resíduos e uso eficiente da água. A parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos para desenvolver softwares de segurança para os portos e o convênio com o Ministério de Ciência e Tecnologia para trabalhar com inteligência artificial demonstra o alcance da atuação do parque.“, explica Enio Verri.
Ações no setor produtivo
A Itaipu tem direcionado seus esforços para o desenvolvimento sustentável do setor produtivo, com foco na agricultura familiar e no agronegócio. As iniciativas incluem:
• Ampliação da Agricultura Familiar: Segundo o diretor-geral da estatal, a Itaipu investirá R$ 2 milhões para ampliar os barracões da agricultura familiar no Show Rural, visando aumentar a participação econômica desses agricultores.
• Incentivo à Produção Orgânica: A empresa está trabalhando junto a comunidades de assentados e agricultores familiares para prepará-los para a produção de orgânicos, visando atender às demandas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) a partir de 2030.
• Fitoterapia: A Itaipu firmou um convênio com uma instituição de fitoterapia, que permite a produção de medicamentos em pequenas áreas, gerando valor agregado para a agricultura familiar e atendendo à demanda europeia por esses produtos.
• Economia Circular: A Itaipu implementa o conceito de economia circular, transformando dejetos em energia e adubo, como demonstrado pelo projeto da CBiogás, que converte carcaças de animais em biometano e adubo.
• Assistência Técnica: A Itaipu oferece assistência técnica para a agricultura familiar, ações diretas com os municípios para conservação de solos e melhoria de estradas rurais.
• Educação Ambiental: A empresa investe em educação ambiental, incluindo a instalação de pequenos biodigestores nas escolas para promover o debate sobre transição energética e conservação.
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Modelo de sustentabilidade
Para Enio Verri, a Itaipu busca garantir uma usina sempre competitiva e com produção de energia a preços baixos, mas com compromisso socioambiental. Ele enfatiza que a empresa se tornou um modelo de transição energética, com projetos que visam reduzir as emissões de carbono e ao mesmo tempo promover a inclusão social. Além disso, a Itaipu busca mostrar que é possível dobrar a produção do agronegócio sem desmatamento, combinando desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.
A atuação da Itaipu demonstra que é possível conjugar a produção de energia com o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis, consolidando seu papel como um modelo de transição energética e desenvolvimento para o Brasil e para o mundo.
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