Justiça do Trabalho determina melhorias imediatas para caminhoneiros na BR-163

Juíza Michelle Saliba determinou que a Rumo adote medidas para minimizar o impacto das longas esperas dos caminhoneiros e multa de R$ 200 mil por dia, caso empresa descumpra ordem.

Nos últimos dias, uma fila de aproximadamente 10 km de carretas se formou na BR-163, na saída de Rondonópolis (MT), devido à dificuldade dos caminhoneiros em descarregar mercadorias no terminal da Rumo Logística. A situação caótica levou o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas dos Transportes Terrestres de Rondonópolis e Região (STTRR) a ingressar com uma ação judicial contra a empresa.

Aperte o play no vídeo abaixo para ver os esclarecimentos do presidente do STTRR, Anfonso Aragão.

Decisão favorável aos caminhoneiros

Na decisão emitida pela 1ª Vara do Trabalho de Rondonópolis, a juíza Michelle Trombini Saliba determinou que a Rumo Malha Norte S.A. adote medidas para minimizar o impacto das longas esperas dos caminhoneiros. Ficou estabelecido que, no prazo de 01 hora, a empresa deve providenciar estrutura adequada para os motoristas que aguardam carga e descarga, incluindo banheiros, água potável e alimentação. Além disso, foi imposta uma multa de R$ 200.000 por dia em caso de descumprimento da ordem judicial.

A magistrada destacou em sua decisão que a negligência da Rumo compromete não apenas a segurança e o bem-estar dos caminhoneiros, mas também afeta toda a cadeia de transporte rodoviário e logística do país.

Registros do Sindicato e impacto no setor

O presidente do STTRR, Afonso Aragão, esteve no local e registrou a situação em um vídeo divulgado neste sábado (01/02/2025), mostrando as condições precárias enfrentadas pelos motoristas, que aguardam por mais de quatro dias para embarcar seus produtos. Ele denunciou a falta de infraestrutura no local, além do impacto direto para o setor logístico e para o escoamento da produção agrícola.

A empresa alegou que realizou manutenção programada e ampliou o estacionamento para minimizar as filas. Além disso, pediu que os caminhoneiros não antecipem sua chegada ao terminal. No entanto, para o sindicato, essas medidas não são suficientes para garantir o bem-estar dos trabalhadores que dependem da agilidade da operação.

Em nota à imprensa, a Rumo informa que não há mais registros de filas de caminhões.

Não há registro de filas de caminhões na BR-163, bem como no interior e nas proximidades do Terminal de Rondonópolis. A Rumo destaca ainda que em situações pontuais de concentração de veículos, o fornecimento de água, alimentação e acesso a banheiros já são disponibilizados aos motoristas.

O problema logístico e seus reflexos

O congestionamento na BR-163 e a demora na descarga das mercadorias causam um efeito cascata em toda a logística brasileira. Rondonópolis é um dos principais polos de escoamento da produção agrícola do Brasil, e qualquer paralisação impacta tanto os caminhoneiros quanto os produtores e empresas que dependem do fluxo eficiente de cargas.

Com a decisão judicial, espera-se que a Rumo Logística cumpra as determinações e ofereça melhores condições para os caminhoneiros, evitando prejuízos para toda a cadeia produtiva. O Sindicato segue monitorando a situação e promete novas ações caso as medidas não sejam cumpridas integralmente.

AGRONEWS é informação para quem prodiz.

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