As transações de algodão em pluma no mercado spot brasileiro permaneceram restritas ao longo de fevereiro, reflexo de uma disputa intensa entre vendedores e compradores. A dificuldade em estabelecer consensos sobre os valores dos lotes fez com que muitos agentes evitassem até mesmo abrir discussões sobre preços, levando a um desaquecimento nas negociações.
Mercado Financeiro
Diante da resistência da indústria nacional em aceitar os valores propostos, produtores e comerciantes direcionaram maior atenção ao mercado externo. Lotes que não encontraram demanda no Brasil foram redirecionados para exportação, buscando melhores margens e escoamento da produção.
Ao mesmo tempo, os produtores mantiveram o foco nas atividades de campo e no cumprimento dos contratos a termo previamente firmados. A postura firme dos vendedores foi ainda mais evidente em relação aos lotes de maior qualidade, cuja oferta segue restrita e com valores sustentados.
Mesmo com a baixa liquidez no mercado interno, os preços do algodão apresentaram valorização ao longo do mês. O Indicador CEPEA/ESALQ, considerando pagamento em oito dias, registrou um avanço de 1,55% entre 31 de janeiro e 28 de fevereiro, alcançando R$ 4,1781 por libra-peso no fechamento do período.
A média mensal de fevereiro foi de R$ 4,1440 por libra-peso, superando em 5,7% a paridade de exportação. Esse diferencial representa a maior vantagem da cotação interna em relação ao mercado externo desde março de 2023, refletindo o cenário de firmeza dos vendedores e a escassez de ofertas com qualidade superior.

O setor segue atento às movimentações da demanda interna e à dinâmica do mercado global, especialmente diante dos desafios logísticos e das expectativas de produção para a nova safra. Com a indústria brasileira mais cautelosa na aquisição de novos lotes, o mercado de exportação pode continuar sendo um caminho estratégico para os produtores garantirem rentabilidade. Clique aqui e acompanhe diariamente o mercado financeiro.
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