Novo contrato de Soja Brasil na B3 ofertará mais opção de hedge e dará mais liquidez

Também nesta coluna, redes de varejo e fabricantes do Reino Unido reforçam união contra a soja de origem duvidosa quanto à áreas de desmatamento

Por Giovanni Lorenzon – AGRONEWS® 

A B3 vai lançar um novo contrato Futuro de soja. O Soja Brasil, desenvolvido em parceria com a bolsa de Chicago, a partir de 29 de novembro, dará mais uma opção de hedge para os operadores que trabalham com a oleaginosa no maior produtor e exportador global.

E devem trazer mais liquidez para o ativo no mercado brasileiro, isto é, maior volume de negócios.

O contrato terá como referência o preço de exportação no porto de Santos e liquidação financeira calculada em dólares por tonelada pelo índice S&P Global Platts, disse a B3 à Reuters.

Dessa forma, o investidor terá mais transparência no processo de negociação e precificação, além de um preço aderente à realidade brasileira, uma vez que em geral, para se fazer hedge dos grãos em bolsa, os operadores tinham de recorrer à Chicago.

“O agronegócio brasileiro é uma referência mundial, os nossos produtos precisam refletir isso. O novo derivativo chega para atender essa necessidade e ser uma ferramenta de gestão de risco de preço Brasil”, disse o superintendente de Commodities da B3, Louis Gourbin.

Ele lembrou que, apesar da tradicional correlação entre os preços dos EUA e do Brasil, nos últimos anos houve um descolamento, “o que dificultou bastante a vida dos agentes da cadeia produtiva brasileira”, algo que o novo contrato pode ajudar a melhorar.

Além do contrato futuro, também serão listadas as opções de compra e de venda sobre o futuro de soja Brasil.

O acordo para criação do produto foi firmado entre as duas bolsas em 2020, e o lançamento pela B3 acontece após a aprovação dos órgãos reguladores brasileiros, obtida em 31 de agosto, disse a B3.

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Players britânicos vão endurecer controles sobre soja sustentável

No embalo da COP26, 27 companhias do Reino Unido resolveram ser mais “ambiciosas, mais rápidas e em grande escala” na imposição de novas barreiras contra a aquisição de soja provenientes de áreas de desmatamento.

Tesco e Sainsbury’s (entre varejistas), da Avara Foods à Pilgrim’s UK (entre produtores de carnes), da Danone à Nestlé (entre fabricantes), da McDonald’s à KFC (entre redes de fast food), entre outras, se comprometeram a não deixarem passar mais nada que não tenha rastreabilidade com maior garantia.

Elas assinaram o Manifesto de Soja do Reino Unido, que circulou em Glasgow, durante a Conferência Global para o Clima, que se encerra hoje, e acreditam que possam servir de estímulo para outros atores mundiais.

Os signatários se comprometem a exigir mais informação e compartilhamento de dados dos originadores da oleaginosa que chega in natura, semiprocessada ou processada às suas unidades.

Ao mesmo tempo, pedem medidas mais duras das autoridades na verificação dos países-alvos, que se comprometeram com compromissos de preservação das florestas e outros biomas, mas não estão cumprindo, de acordo com o documento.

O Reino Unido consome apenas 3,5 milhões de toneladas (2020), mas o setor produtivo assume que essa pequena margem de soja é co-responsável por “pressão sobre paisagens biodiversas como o Cerrado e Mata Atlântica [no Brasil], Gran Chaco [Argentina e Paraguai] e Chiquitânia [Bolívia].

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