Mercado segue aquecido, mas dificuldades na compra e incertezas sobre a safra influenciam negociações
Os preços do milho seguem sustentados no mercado interno, impulsionados pela oferta restrita e pela postura cautelosa dos vendedores. Apesar de uma leve desaceleração na intensidade das altas na última semana, compradores continuam ativos no mercado, encontrando dificuldades para adquirir novos lotes diante da escassez do grão e dos valores elevados exigidos pelos ofertantes.
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Os produtores, por sua vez, optam por segurar o produto no mercado spot, aguardando novas valorizações. A decisão se baseia na incerteza quanto ao desempenho da segunda safra, que, até o momento, apresenta um ritmo de plantio inferior ao do ciclo anterior. Esse cenário reforça a expectativa de menor disponibilidade do grão nos próximos meses, sustentando as cotações.
Na tentativa de amenizar a escalada dos preços, o governo brasileiro anunciou a retirada da taxa de importação do milho nos próximos dias. A medida busca ampliar a oferta interna e reduzir a pressão sobre os compradores. No entanto, historicamente, a participação do milho importado no abastecimento nacional é pouco expressiva. Para se ter uma ideia, na safra 2023/24, o Brasil importou 1,7 milhão de toneladas do grão, volume que representou apenas 1,4% da oferta total — considerando estoques iniciais, produção e importações —, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Diante desse contexto, o mercado segue atento ao avanço da segunda safra e às políticas de incentivo à importação. Caso as adversidades climáticas persistam e o ritmo de semeadura não acelere, os preços do milho podem continuar em patamares elevados, consolidando um cenário desafiador tanto para compradores quanto para vendedores no decorrer de 2024. Clique aqui e acompanhe o mercado financeiro diariamente.

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