Retrospectiva 2024: Oscilação no mercado do milho

O ano de 2024 trouxe desafios para o mercado do milho no Brasil, com uma redução considerável na oferta devido às adversidades climáticas. A seca e as altas temperaturas impactaram diretamente a produtividade, deixando agricultores em estado de alerta. O resultado foi uma queda de 12,3% na produção nacional, que totalizou 115,7 milhões de toneladas, segundo dados da Conab. Além disso, o excedente também sofreu uma redução expressiva, alcançando apenas 40,42 milhões de toneladas, o menor número desde 2021/22.

Esse cenário de menor oferta refletiu-se diretamente nas exportações, que também recuaram. Para os vendedores, 2024 foi mais um ano desafiador, marcando o terceiro consecutivo de queda nos preços nominais do milho. As cotações chegaram aos menores patamares em julho, reflexo da colheita da safra de verão e das boas perspectivas para a segunda safra, além de uma produção mundial recorde.

Oferta mundial: Crescimento e pressão no mercado do milho

Enquanto o Brasil enfrentava dificuldades, o mercado mundial apresentou uma realidade distinta. A oferta global para a temporada 2023/24 registrou crescimento, o que trouxe pressão adicional sobre os preços internos no primeiro semestre. As expectativas de uma produção recorde estimularam compradores internacionais a adiarem negociações, esperando por desvalorizações ainda mais significativas com o avanço da colheita brasileira.

No entanto, a situação mudou entre agosto e novembro, quando os preços do milho voltaram a subir. Essa reação foi impulsionada pela menor disponibilidade interna e pela preocupação com o clima quente e seco, que ameaçava tanto a safra de verão quanto a segunda safra planejada para 2025. A volta das chuvas em outubro trouxe alívio, permitindo a semeadura adequada da safra de verão e minimizando os temores dos produtores.

Um ano de contrastes e ajustes

O balanço final de 2024 para o milho brasileiro revela um ano de contrastes. Se, por um lado, o consumidor foi favorecido pelos preços mais baixos, por outro, produtores e exportadores enfrentaram um cenário de margens mais apertadas e menor competitividade no mercado internacional. O clima mais ameno no último trimestre ajudou a equilibrar parte das perdas, mas os desafios enfrentados ao longo do ano consolidaram 2024 como um período de aprendizado e adaptação para o setor.

A projeção para 2025 é de cautela e esperança, com atenção redobrada às condições climáticas e ao comportamento do mercado global. Afinal, o milho segue como um dos pilares do agronegócio brasileiro.

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