Safra brasileira de algodão deve ser a melhor dos últimos anos

Recuperação da produtividade das lavouras compensará perdas que produtores tiveram no ano passado devido ao El Nino

No próximo mês, produtores da maior parte do país começam a colheita do algodão e as perspectivas para esta safra estão bastante otimistas. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura, apesar da área plantada nesta safra ser aproximadamente 4% inferior à do ano passado, cobrindo 925 mil hectares, a produtividade maior deve elevar em 24% a produção.

Moura disse que, em 2016, devido à ocorrência do fenômeno climático El Nino, a produtividade média das lavouras foi de 1.286 kg/pluma/hectare, enquanto neste ciclo, deve girar em torno de 1.600 kg/pluma/hectare. “As lavouras localizadas na região Nordeste estão apresentando rendimentos acima das expectativas iniciais”, disse Moura, que participa, nesta quinta-feira (25/5) do Clube da Fibra, evento da multinacional FMC que reúne a cadeia produtiva do algodão no Rio de Janeiro até o próximo sábado (27/5).

De acordo com as projeções da Abrapa, as lavouras da Bahia devem produzir 300 @/ha, no Piauí, 310 @/ha e no Maranhão, 305 @/ha. As plantações em Mato Grosso – região responsável por 60% da produção nacional – devem produzir, em média, 280 @/ha. “Vai ser um ano muito bom para a cotonicultura”, disse André Pessoa, da Agroconsult, de Florianópolis (SC). “Com a retomada da produtividade no campo (devido ao clima bom deste ano e investimentos em tecnologias), os produtores estão retomando a confiança no setor”.

Vendas em alta

A safra de algodão 2016/17 já foi 60% comercializada e a safra 2017/2018 já está com pelo menos 30% de volume negociado. Os negócios agrícolas de grãos tiveram uma grande movimentação na semana passada, segundo Pessoa, após o episódio que movimentou o cenário político brasileiro. “Após o anúncio das delações feitas pelos empresários da JBS, o dólar disparou e isso foi bom para o produtor e para as empresas, pois destravou o mercado que estava um pouco parado”, afirmou.

Na quinta-feira, dia após as delações dos empresários Joesley e Wesley terem sido divulgadas ao público, 5 milhões de toneladas de grãos – soja e milho – foram comercializadas. Deste volume, segundo Pessoa, aproximadamente 2 milhões são oriundos das lavouras das regiões Sul e Sudeste. “O mercado de insumos, que também estava um pouco atrasado, começou a movimentar também”.

Ronaldo Pereira, presidente da FMC para a América Latina , disse que neste ano, o setor de defensivos está operando com mais segurança do que no ano passado, quando as vendas só deslancharam no início do segundo semestre. “O que está acontecendo é que estamos percebendo que neste ano há um retorno do calendário ‘mais normal’ de vendas. No ano passado, foi quase parado”, disse.

Investimentos em tecnologias novas

O executivo Ronaldo Pereira anunciou que a FMC está lançando dois novos produtos, um produto para o controle do bicudo do algodoeiro e um nematicida biológico para tratamento de sementes, para culturas como soja, milho, algodão e feijão. Até o ano de 2022, a FMC vai lançar três novas moléculas (produtos inéditos) no mercado.

Em março deste ano, a FMC adquiriu os negócios de defensivos agrícolas da Du Pont, medida exigida para que esta pudesse sr incorporada à Dow Agroscience. A Du Pont,  por sua vez, incorporou os negócios de Saúde Animal da FMC.

Fonte: Revista Globo Rural

 

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