Suíno: exportações de carne batem recorde

O início do ano tem sido marcado por uma queda nos preços do suíno vivo na maioria das regiões, veja a seguir.

Esse movimento é explicado pela tradicional baixa demanda registrada no mês de janeiro, em um contexto de restrição de renda que afeta o consumo das famílias. Essa sazonalidade é recorrente no início do ano, quando muitos consumidores ajustam seus orçamentos após os gastos de fim de ano, influenciando diretamente o mercado de carnes no país.

O comportamento dos preços não surpreende os analistas, que apontam uma combinação de fatores: o alto custo de produção que reduz a margem dos suinocultores e a dificuldade de repasse aos consumidores devido à pressão por preços mais baixos no varejo. Além disso, as condições climáticas e logísticas em algumas regiões agravam ainda mais o cenário.

Exportações recordes impulsionam o mercado do suíno

Apesar do recuo registrado em dezembro, o setor brasileiro de carne suína encerrou 2024 com resultados históricos nas exportações. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 1,33 milhão de toneladas de carne suína foram embarcadas ao longo do ano, representando um crescimento de 10% em relação a 2023. Esse é o maior volume já registrado desde o início da série histórica.

Os dados revelam que, embora dezembro tenha apresentado uma leve desaceleração nos embarques — com 107,9 mil toneladas exportadas, 10,4% abaixo de novembro e 1,5% inferior ao mesmo mês do ano anterior — o desempenho anual consolidado foi extremamente positivo. Esse avanço reflete o aumento da demanda internacional pela carne suína brasileira, impulsionada pela alta competitividade do produto e pela busca de mercados externos em diversificação de fornecedores.

A relevância do mercado externo para a suinocultura brasileira

As exportações têm sido um pilar fundamental para a sustentação da suinocultura nacional, especialmente diante das oscilações no consumo interno. Os embarques para países como China, Hong Kong e Chile se destacaram, garantindo não apenas volumes expressivos, mas também uma receita robusta para a cadeia produtiva. Esse crescimento foi crucial para mitigar os impactos das dificuldades enfrentadas no mercado interno, equilibrando a balança entre oferta e demanda.

Perspectivas para 2025

Com o início de um novo ano, as expectativas do setor se voltam para o equilíbrio entre mercado interno e externo. A pressão por preços mais competitivos no mercado interno deverá continuar enquanto não houver uma retomada consistente do poder de compra da população. No entanto, os suinocultores e exportadores permanecem otimistas em relação à manutenção de uma forte demanda internacional.

Dessa forma, 2025 surge como um ano desafiador, mas com boas oportunidades para o crescimento da suinocultura brasileira, reafirmando o papel do Brasil como um dos maiores protagonistas do mercado global de carne suína.

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