No mercado do suíno, recorde histórico de exportações apesar da queda em dezembro.
O ano de 2024 consolidou-se como marco para as exportações brasileiras de carne suína, mesmo com um desempenho mais fraco em dezembro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, o Brasil exportou um volume recorde de 1,33 milhão de toneladas ao longo do ano, um crescimento de 10% em relação a 2023. Este é o maior volume já registrado nestes 30 anos.
Por outro lado, em dezembro, a cadeia produtiva enfrentou uma retração. Foram escoadas 107,9 mil toneladas, representando uma queda de 10,4% em comparação a novembro e 1,5% abaixo do volume registrado no mesmo mês de 2023. Apesar dessa desaceleração pontual, o resultado geral do ano foi excepcional e reafirma a relevância do Brasil no mercado global de carne suína.
Mercado Financeiro
A performance do setor também foi expressiva em termos financeiros. Em 2024, o total arrecadado com as exportações de carne suína alcançou R$ 16,3 bilhões, um aumento significativo de 17,3% em relação ao ano anterior. Mesmo com a retração em dezembro, quando o setor gerou R$ 1,56 bilhão — 7,2% abaixo de novembro —, os resultados ainda foram impressionantes, registrando um crescimento de 38,7% na comparação com dezembro de 2023.
Esses avanços são atribuídos não apenas ao aumento no volume exportado, mas também à valorização do produto brasileiro em mercados internacionais. A diversificação de destinos também desempenhou papel crucial, consolidando o Brasil como uma referência mundial na exportação de carne suína.
Mudanças no ranking de destinos: Filipinas superam a China
O cenário global das exportações brasileiras de carne suína em 2024 trouxe uma mudança significativa no ranking dos principais destinos. Pela primeira vez desde 2018, a China perdeu sua posição de maior importador para as Filipinas. O país asiático, que tradicionalmente liderava o ranking, reduziu suas importações em 38% em comparação a 2023, totalizando 241 mil toneladas.
Em contrapartida, as Filipinas se destacaram com um aumento expressivo nas compras, importando 254,3 mil toneladas, mais que o dobro do registrado no ano anterior. Essa mudança reflete não apenas as dinâmicas do mercado suíno internacional, mas também os esforços do Brasil em diversificar seus parceiros comerciais.
Crescimento no Chile e a consolidação na América do Sul
O Chile também teve um papel de destaque em 2024, consolidando-se como o maior destino da carne suína brasileira na América do Sul. As exportações para o país cresceram 29% em relação a 2023, totalizando 113 mil toneladas. Esse resultado colocou o Chile, pela 1ª vez, na terceira posição do ranking global de destinos, segundo os dados da Secex.
Esse desempenho reforça a relevância da região sul-americana para o agronegócio brasileiro e evidencia o potencial de crescimento em mercados próximos, que oferecem vantagens logísticas e estreitam os laços comerciais.
Com um volume histórico de exportações e um crescimento significativo na receita, o ano de 2024 reafirma o protagonismo do Brasil no mercado global de carne suína. A diversificação de mercados, aliada à qualidade e competitividade do produto brasileiro, é um fator estratégico que continuará impulsionando o setor nos próximos anos. As mudanças no ranking de destinos indicam que há ainda muito potencial a ser explorado, tanto na Ásia quanto na América do Sul, consolidando o Brasil como um líder global indiscutível.
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