Zarc avança e ajuda produtores de soja no enfrentamento às mudanças climáticas

Projeto piloto de níveis de manejo alcança bons resultados no Paraná e pode ser estendido às demais regiões brasileiras

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo e deve colher mais de 166 milhões de toneladas do grão na safra 2024/25, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto, as últimas colheitas têm registrado perdas de produtividade, em todo o território nacional, decorrentes de secas, regimes de chuvas mal distribuídos e altas temperaturas, que são alguns dos efeitos causados pelas mudanças climáticas. O Zoneamento Agrícola de Risco climático (Zarc), ferramenta de política pública, tem sido reconhecido como o principal aliado dos produtores para o enfrentamento dos riscos climáticos que interferem no desenvolvimento dessa commodity.

Segundo José Renato Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR), o Zarc está hoje em um nível bem avançado e conta com uma base de dados bastante consistente.

“Isso garante ao produtor segurança para diminuir e amenizar os impactos decorrentes de adversidades climáticas”.

José Renato Farias – Pesquisador da Embrapa Soja PR

Além disso, é uma ferramenta em constante evolução para atender às necessidades do setor produtivo. Um dos avanços mais recentes, com potencial imediato de contribuição na adaptação dos plantios de soja aos riscos climáticos, é o Zarc Níveis de Manejo (Zarc NM).

Um protótipo do aplicativo com essas novidades está em fase de experimentação em lavouras de soja no Paraná, com resultados bastante positivos, como explica o pesquisador. O Zarc NM recomenda as práticas de manejo do solo como fundamentais no momento do plantio, uma vez que melhoram o armazenamento, recarga e distribuição da água no solo, além de proporcionarem maior profundidade das raízes, o que incrementa o volume de água disponível às plantas. “Isso pode ser fundamental em momentos de deficiência de chuvas”, destaca Farias.

A expectativa é que, além de expandir o Zarc NM para as demais regiões brasileiras, a ferramenta possa beneficiar também outras culturas de importância socioeconômica, como o milho e o trigo, por exemplo.

Outras práticas recomendadas

Além do manejo do solo, o pesquisador destaca ainda outras práticas que podem contribuir para mitigar os efeitos dos riscos climáticos, como: utilizar cultivares tolerantes à seca, usar sementes de qualidade, não semear toda a área em uma mesma época e utilizar cultivares com ciclos diferentes. Clique aqui e veja mais notícias do agro.

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